Pedro Raymundo

15-12-2021

João Felisberto Raimundo (Pedro Raymundo), nasceu na cidade de Imaruí, no estado de Santa Catarina, em 29 de junho de 1906.

João Felisberto Raimundo (Pedro Raymundo), nasceu na cidade de Imaruí, no estado de Santa Catarina, em 29 de junho de 1906.

Filho do pescador e sanfoneiro João Felisberto Raimundo, começou a tocar sanfona aos oito anos. Mais tarde integrou, em sua cidade, a banda "Amor à Ordem", além de se apresentar em festinhas. Foi pescador até os 17 anos, quando passou a trabalhar na construção da Estrada de Ferro Esplanada-Rio Deserto, em Santa Catarina.

Em 1929, mudou-se para Porto Alegre, onde trabalhou como condutor de bondes, inspetor de tráfego, guarda-freios, maquinista de usina, balconista e oleiro. Foi também chaveiro da estrada de ferro D. Teresa Cristina, onde foi vítima de um acidente que lhe deixou um defeito na mão, o que, entretanto, não o impediu de tornar-se um dos mais brilhantes sanfoneiros do Brasil.

Em 1939 foi chamado a trabalhar na Rádio Farroupilha, de Porto Alegre, onde organizou o "Quarteto dos Tauras", com Oswaldinho, Zé Bernardes e Zico. Em 1942 excursionou pelo interior do Rio Grande do Sul e no ano seguinte foi ao Rio de Janeiro, onde se apresentou no Show Muraro, da Rádio Mayrink Veiga, e em programas da Rádio Tupi. Em seguida Almirante o levou para a Rádio Nacional. Contratado pela emissora, transferiu-se definitivamente para o Rio de Janeiro, lançando ainda em 1943, pela Colúmbia, seu primeiro disco, com o choro "Tico-Tico no Terreiro" e o xote "Adeus Mariana" (ambas de sua autoria). Homenageou Laguna com sua canção "Saudade de Laguna".
Sua descontração e exuberância valeram-lhe o slogan de “O Gaúcho Alegre do Rádio”. Alternava em suas apresentações, músicas alegres com outras sentimentais. Apresentava-se com bombachas, lenço no pescoço, botas, esporas, chapéu e guaiaca. Pedro Raymundo levou a figura típica do Sul do Brasil a todo país, tempos antes do surgimento do Movimento Tradicionalista Gaúcho.

O apogeu, veio com os versos de “Adeus, Mariana” que entram para a memória musical brasileira. Com esta canção simples e trajes típicos do Rio Grande do Sul, Pedro Raymundo se torna uma das marcas do Programa César de Alencar, na Rádio Nacional, então o principal programa de auditório do país. Deste modo, constitui-se no primeiro cantor gauchesco a ficar conhecido, graças ao rádio, fora do estado.

Atuou nos filmes "Uma Luz na Estrada", de Alberto Pieralise, em 1949, e "Natureza Gaúcha", de Rafael Mancini, em 1958.

Em 1959 se submeteu a uma cirurgia para corrigir um desvio no polegar e ficara com a mão paralisada, o que lhe afastaria da música durante dois anos.

Pedro Raymundo retoma suas apresentações em 1963 na Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, justamente a emissora em que se apresentara, duas décadas antes, então recém-chegado de Porto Alegre. No mesmo ano, volta ao Rio Grande do Sul e faz uma temporada na Rádio

Gaúcha. Sem a mesma vitalidade de antes, logo transfere-se para a cidade de Lauro Müller, onde conduz o Programa Pedro Raymundo, às seis da manhã, na Rádio Cruz de Malta. Na mesma época, apresenta atrações semelhantes nas rádios Eldorado, de Criciúma, e Diário da Manhã, de Florianópolis.

Em 1971, volta ao microfone da Rádio Gaúcha.

Em 09 de julho de 1973, aos 67 anos, faleceu no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro/RJ, vítima de câncer.